quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A DIVINA COMÉDIA CONTÁBIL

Marcelo Henrique da Silva

Outubro/2010

Diz-se “autêntica” àquela interpretação própria do agente estatal imbuído de autoridade formal-institucional. Quem produz uma interpretação “autêntica” exerce um ato de poder.

A partir da Lei 12.249, com a modificação do art. 6º do DL 9.295, o Conselho Federal de Contabilidade recebeu a competência legal para “editar” normas brasileiras de contabilidade de natureza técnica e profissional; intérprete administrativo “autêntico” da contabilidade.

Quando “Eu, contador” quero observar uma norma que regule minha conduta profissional, devo fazer uma escolha; mas essa não é uma escolha “autêntica”. Apenas o intérprete “autêntico” – o Conselho – é revestido desse Poder.

A interpretação “autêntica”, segundo o ex-ministro do STF Eros Grau, significa escolher uma entre várias interpretações possíveis, de modo que a escolha seja apresentada como “adequada”.

Temos, então, como adequadas todas as normas brasileiras de contabilidade de natureza técnica e profissional vindas daquele que produz a interpretação “autêntica”, no caso o Conselho.

Na Resolução CFC 1.299, que dispõe sobre escrituração contábil digital – SPED, o intérprete “autêntico”, revestido do Poder, determinou que na escrituração contábil “digital” não deve conter “espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens”.

O “conteúdo”, por assim dizer, da resolução, é que no meio digital do SPED não é permitido que na “contabilidade digital” (sic) existam espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens.

Em tempos de essência sobre a forma, ajuste a valor presente, padrões nacional e internacional, valorização da marca profissional, o “meio” digital não pode conter borrões, emendas...

Disse a Adélia Prado que é preciso muitas palavras pra dizer uma só.

Em muitas palavras, o Conselho, enquanto intérprete “autêntico” da contabilidade “determina” que no “arquivo digital” não existam espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens.

Neurônios não explicam nada; nada!

Estava certo o Alberto Caiero quando disse que o essencial é saber ver, mas isso exige um estudo profundo, uma aprendizagem de desaprender...

Afinal, não entender nada já um hábito!

Então, vou gerar um arquivo digital / onde não existam espaços em branco / entrelinhas / borrões / rasuras / emendas / ou transportes para as margens.

De novo recorro-me a Adélia Prado para quem todas as palavras são dúbias, mas toda “compreensão é poesia”...


Marcelo Henrique da Silva, é contador em Londrina.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Livro:Corrupção, Fraude e Contabilidade

Foi lançada a 3ª Edição, Revista e Atualizada da obra "Corrupção, Fraude e Contabilidade", dos Profs. Lopes de Sá & Wilson Zappa Hoog, pela Editora Juruá.
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Site do livro: aqui
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SINOPSE
Conheça vários tipos de fraudes e de depravação dos costumes e proteja o seu patrimônio, revendo os controles internos de sua organização.

A segurança e a confiabilidade nas informações geradas pelos registros contábeis, a boa fé, as tramas, os conluios, a contabilidade criativa, os balanços maquiados, os atos profanos, as corrupções e as fraudes das mais singelas às mais complexas, estão sendo demonstradas nesta obra, como fruto de experiências profissionalizantes dos dois mais notáveis professores doutrinadores da ciência contábil da nossa era.

Para evitar e defender-se contra a fraude é preciso saber como a mesma se processa.