Rodrigo Antônio Chaves da Silva
Contador
A vida se constitui de grandes vitórias e importantes perdas.
Tudo o que Deus nos oferece neste plano, obviamente, em parte é transformado pela morte, pois, ela é apenas uma passagem, uma mudança, na qual nos são dadas outras riquezas mais importantes do que as coisas temporais de nossa vida.
Com imenso pesar, anuncio-vos o falecimento do emérito professor Américo Matheus Florentino no último 10/06/2008, conforme telegrama recebido no dia 14/08/2008, devido a uma correspondência nossa ao querido mestre.
O professor e Doutor Américo Matheus Florentino, para quem não sabe, foi um dos maiores gênios e escritores da Contabilidade Brasileira.
Dentre seus volumes, destaca-se os de análise contábil, análise de custos, gerenciamento, e auditoria, criando teses e formas de cálculos novas, coisa que muitos outros doutrinadores não exploraram.
Na década de 70 ele fora um dos primeiros a desenvolver um volume de análise de custos, visto que, a literatura, nesta área, em português, era muito escassa, mais dominada por norte-americanos, e não se conseguira até então, desenvolver um volume desta especialidade, sendo que, o grande mestre venceu tal barreira com enorme proficiência.
Quem vê as bases atuais dos escritores da contabilidade, voltada aos custos, não se surpreende ao ler as obras do professor Florentino, pois, todas estas atuais dissertações, nela possuem bases claras, até no estilo de produzir os parâmetros de análise e contabilização dos custos.
O seu amigo e contemporâneo na Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro, Antônio Lopes de Sá, nada mais que o pai do Neopatrimonialismo, que nos aproximou a amizade: em 2006 ao final de meu curso já tendo contato com a coleção do nobre professor, e querendo conhecê-lo, fiz uma correspondência virtual a Lopes de Sá, pedindo notícias dele, e o mestre mineiro me indicara como encontrar o Dr. Florentino.
Logo depois começamos a nos corresponder, com certa naturalidade; em 2007 estive no endereço do professor, onde conseguimos por mais de duas horas conversar, ele contando as suas dificuldades no início da carreira, suas conquistas, seus padrões de trabalhos, o futuro da Contabilidade na parte explicativa, vários aspectos importantes que acolhi para a minha vida profissional e doutrinal, e vários pontos que até então de sua vida não conhecia , mas, que me fizeram perseverar na luta científica.
Lembro-me bem, e em presença de meu pai Antonio Batista da Silva, como testemunha, naquele Fevereiro de 2007, que o nobre professor havia comentado: “Rodrigo, bom, já que você tem um interesse na história da Contabilidade depois lhe enviarei uma foto antiga de como trabalhava o contador”. Sendo que, muito depois no final do mesmo ano, eu recebia o comunicado da premiação honorifica no prêmio Internacional de História da Contabilidade em Portugal pela Associação Portuguesa dos Técnicos de Contabilidade. Portanto, o mestre sempre se disponibilizou a nos ajudar.
Em Novembro de 2007, recebi um telefonema do nobre professor dizendo o seu interesse em ampliar a entidade de sua criação, a Fundação Nacional de Apoio Gerencial (FUNAGER), convidando-me para fazer parte, senão estender esta entidade a toda Minas Gerais. Apesar de ser um “peixe pequeno” como nós mineiros dizemos, o nobre professor nunca deixou de acreditar em mim. Este convite era um designativo de sua confiança, já que nos conhecíamos por pouco tempo, mas, nos conhecíamos. E em nosso contato ele em me desenhara fornecendo sua sinceridade.
Nas minhas correspondências com o professor, na qual troquei, artigos, livretos, monografias minhas, o mestre nunca deixou de ensinar colocando pontos em suas cartas que até então eram pouquíssimos comentados pelos pesquisadores.
Nossos Sentimentos a todos os membros da FUNAGER, na figura de sua gerente Eidi Schnaider, aos membros da Florentino Auditores, aos familiares do professor, principalmente sua esposa, a senhora Maria Eugênia Florentino.
Cremos que a morte é apenas uma passagem, para o céu eterno, ou para os braços da Sabedoria Suprema que é Jesus, estado este o qual sempre teremos a proteção da Virgem Santíssima, esta é a minha crença como Congregado Mariano.
O nobre mestre não morreu apenas se transformou em espírito. E sempre estará vivo entre nós na imortalidade de seus escritos.
Durma em paz, professor Américo Matheus Florentino!
Paz e Bem!
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