Rodrigo Antônio Chaves da Silva
Contador,
Contador,
Membro da Escola do Neopatrimonialismo
Todos nós sabemos que houve entre os séculos XIX e XX uma grande batalha para se comprovar qual era o objeto, e o patamar de uma das ciências mais antigas do mundo, isto é, da Contabilidade.
A peleja fora mais importante quando dois cientistas italianos do século retrasado, Giuseppe Cerboni e Giovanni Rossi, queriam colocar um conteúdo jurídico dentro da Contabilidade, e grande fama alcançaram, não só dentro da Europa, mas, fora dela.
Naquela época o professor Fabio Besta não aceitando tal ideal doutrinário, pela ilogicidade dos termos e do conteúdo essencial, defendera uma corrente materialista, voltada para o controlismo da riqueza. E contra muitos, até contra o princípio da autoridade (pois, Cerboni era o contador geral do estado Italiano naquela época, e detinha a maior parte do poder que se pode atribuir a um profissional contábil), de sua cátedra em Veneza, defendera os seus ideais, que nada mais eram do que os da Contabilidade. O mestre, mesmo contra a maioria, mas, calmo e seguro, sabendo que estava com a verdade, permaneceu com o seu pensamento gerencial voltado para a matéria da riqueza patrimonial, e para o seu sentido administrativo.
Como um efeito prolífico, o ideal Bessiano teve diversos discípulos como Pietro Rigobon, Vitório Alfieri, Pietro D`alvise, Carlo Ghidiglia e muitos outros, especialmente com duas menções especiais: a de Vincenzo Masi, e Gino Zappa seu sucessor na cadeira veneziana, que criara o termo “Economia Aziendal” apresentando-o como uma evolução nos estudos gerenciais das empresas e entidades.
A Economia Aziendal não vingou, senão, dentro do território italiano, sendo proclamada no mundo como uma tese ainda aceita em poucos cursos de doutorado e mestrado que mudam o seu nominativo para o extensivo vocábulo de “Economia das Empresas”.
Masi, por sua vez, mesmo apresentando uma tese sobre o estudo das aziendas, ou aziendologia, penetrou com mais afinco na doutrina de Besta, e perguntando-se quais eram as essenciais matérias, que seriam de Contabilidade, e quais os instrumentos que lhe serviriam, procurou no objeto da conta, uma resposta: o patrimônio. Besta falava do patrimônio como objeto da Contabilidade, apesar de centrar a finalidade contábil em prol do controle.
O patrimonialismo como doutrina lógica, mesmo não sendo reconhecida o quanto deveria na Itália, conseguiu conquistar o mundo. O Brasil em especial, fora um dos países cujos cientistas famosos proclamavam o patrimônio como objeto da contabilidade, nas pessoas ilustres de: Francisco D`auria, Frederico Herrmann Júnior, Alberto Almada Rodrigues, Cibilis da Rocha Viana, Olívio Koliver, Antônio Lopes de Sá, Armando Aloe, Francisco Valle, Hilário Franco, Albino Steintrasser, José Geraldo de Lima, Rogério Pfaltzgraf, Américo Matheus Florentino, José Amado do Nascimento e outros mais.
Como no primeiro qüinqüênio do século XX, as doutrinas ou teorias de ensinamento, nada mais eram do que, proclamadoras sobre a definição da ciência contábil e seu objeto, estiveram elas atreladas neste mundo, cujos problemas empresariais e econômicos, eram outros, diversamente diferentes.
O patrimonialismo de Masi sobrelevou conquistas, proclamando a estática, e a dinâmica patrimonial, com a relevação contabilística. Contudo, para Masi, já no passar dos seus anos, os problemas afrontados pela ciência, no florescer da sua idade e do seu século, foram insuficientes de serem esgotados em muitos aspectos; os conteúdos doutrinais da Contabilidade, inclusive, o seu patrimonialismo, necessitavam de um aperfeiçoamento, ao menos, para colocar os pontos mercadológicos de apoio à eficácia dos fenômenos patrimoniais.
Na década de 70, em diálogo pessoal com Antônio Lopes de Sá, o professor Masi expunha este problema. Inclusive, aconselhando ao mestre ampliar a sua tese de doutoramento numa teoria geral do conhecimento sobre o fenômeno patrimonial.
Masi, falecendo no final da década de 70 – em 1977, especificamente – deixara grande arcabouço com extensos volumes, tal como grande responsabilidade para com os seus seguidores no interesse de alcançar o aperfeiçoamento da doutrina patrimonialista. Muitas oportunidades concedeu o mestre de ser realizado tal respaldo, ele mesmo era flexível às melhorias, e por seu carisma e pronta amizade em responder os questionamentos, sempre auxiliou os demais discípulos seus, nos progressos em vários pontos de sua doutrina.
Não só por um pedido especial de Masi, mas, nos progressos após o seu doutoramento, Antônio Lopes de Sá, com uma mútua ajuda e conselhos, de valiosos doutores, como Manuel Ortigueira Bouzada, em início da década de 80; com bases também no professor Francisco D`auria, e Jaime Lopes Amorim, produzira a sua doutrina das funções sistemáticas, que ao passar dos anos fora divulgada em inúmeros livros seus, nos mesmos anos daquele decênio.
Em 1987 no congresso Brasileiro de Cuiabá já daria o nome à doutrina de NEOPATRIMONIALISMO.
Em 1992 no Instituto de Pesquisa Augusto Tomelin publicada fora a sua Teoria Geral do Conhecimento Contábil.
Como fez em sua doutrina, fizera durante as suas pesquisas, todavia, mesmo com a sua originalidade e conhecimento, resolveu reunir as obras dos maiores cultores do século, colocando suas idéias também. O caminho que escolheu foi a emissão de hipóteses em lógica matemática, ou simbologia. Grandes seguidores e sucessores tivera em sua doutrina no decorrer dos anos até os dias de hoje.
Atualmente A ESCOLA DO NEOPATRIMONALISMO, tem o devido nome por ser um NOVO PATRIMONIALISMO uma tendência contábil elevada, que ajuda a pensar e a entender qual é o funcionamento do fenômeno patrimonial, e como ele se manifesta em prol da prosperidade nas aziendas, sejam elas, empresas ou instituições em quaisquer partes do mundo.
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