segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O FENÔMENO PATRIMONIAL E FENÔMENO AMBIENTAL NATURAL

(Um enfoque à Introdução Doutrinária do Neopatrimonialismo)
Werno Herckert
O fenômeno patrimonial é uma mutação na essência da riqueza da célula social. Sempre que ocorre aumento ou diminuição do capital há o fenômeno patrimonial. Por exemplo, a venda de uma mercadoria (meio patrimonial) é um fenômeno contábil. Esse aumento ou diminuição do patrimônio acontece por influência exógena, externa (mercado) ou endógena, interna (administrativa). Exógena quando longe do patrimônio e endógena quando próximo ao capital. A influência exógena é uma força externa e distante que tange o patrimônio da célula social. Essa força modifica o capital mesmo que seja pouco evidente. Observemos, por exemplo, a influência exógena que a seleção brasileira exerceu, quando jogou na Copa do Mundo 2006 na Alemanha, no patrimônio da célula social. Quando a seleção jogou vários setores da economia, como, por exemplo, eletrodomésticos aumentaram suas vendas principalmente as televisões. Alguns setores do comércio que trabalhavam com vendas de camisetas da copa do mundo e outros meios patrimoniais aumentaram suas vendas enquanto a seleção estava ganhando, e no momento que perdeu e foi desclassificada, em seguida, houve queda das vendas. O comércio, em geral, perdeu com a desclassificação e com isso as empresas tiveram que repensar sua estratégia de venda. Também, os bares aumentaram suas vendas enquanto a seleção jogou e quando foi desclassificada diminui o movimento de uma forma significativa. Ao observarmos esses fatos externos a célula social, mas, que tem influência sobre o capital, concluímos que são forças externas que tangem o patrimônio da empresa e modifica-o. Não podemos, entretanto, no campo da contabilidade, desconhecer a causa agente, mas, observa-la sob a ótica contábil.

Assim, também, observamos que o fenômeno ambiental natural da estiagem (alteração do meio ambiente natural), uma força externa ao patrimônio da célula social, que tangeu o capital, em geral, das empresas na região onde ocorreu o fenômeno natural houve uma diminuição de 30 a 40% no movimento das vendas (fenômeno circulatório) na maioria das células sociais. Setores da economia ligados a agricultura diminuíram a industrialização de máquinas agrícolas e, com isto, as vendas. Houve uma queda significativa nas vendas de implementos agrícolas. A retração, em virtude do fenômeno ambiental natural da estiagem, sentiu-se em todos os setores da economia afetando, principalmente, aos ligados a agricultura. A crise afetou o setor metal-mecânico do Rio Grande do Sul que já fechou 12 mil postos de trabalho desde o início de 2005. Na região, as demissões atingem as fábricas de colhedeiras em Santa Rosa e Horizontina. As empresas AGCO, de Santa Rosa, e John Deere, de Horizontina, além das fábricas sistemistas, já fecharam cerca de 2,2 mil postos de trabalho desde o início da crise. Na John Deere, em Horizontina, maior fabricante de máquinas agrícolas do país, aproximadamente 1,2 mil funcionários das linhas de colhedeiras, plantadeiras e tratores, estão em férias coletivas, licença remunerada e folga com compensação futura desde o dia oito de maio. (Cooperjornal, Ano XI, n. 489 15.07.06, pg. 1). Também as empresas dos setores Moveleiros e Calçadistas foram duramente atingidas pela estiagem. Observa-se, aí, que fenômeno ambiental natural, também, é uma força externa que modifica o capital da empresa. Não é de interesse da contabilidade estudar esse fenômeno ambiental natural em si, mas sim, a influência que exerce sobre o patrimônio da célula social criando fenômenos contábeis e são estes que interessam a contabilidade. Há, hoje, uma pesquisa dos cientistas sobre os fenômenos patrimoniais como, também, dos fenômenos ambientais naturais como forças externas que tangem o patrimônio da célula social e transforma-o. Um fenômeno ambiental natural pode levar a diminuir o patrimônio e até levar a empresa à falência se a mesma não estiver bem estruturada. Por exemplo, o raio, uma descarga elétrica natural, é um fenômeno ambiental natural que se estuda na Física e pode afetar parcial ou total o patrimônio de uma empresa. Se um raio atingir uma indústria ou uma casa comercial pode causar incêndio e destruir parcial ou total uma célula social. Não é o raio que o contador vai observar e estudar, mas, sim, a mutação patrimonial que há na empresa em virtude do raio.
O Prof. Lopes de Sá em seu livro Teoria Geral do Conhecimento Contábil, IPAT-UNA, Belo Horizonte, 1992 ensinou sobre as influências exógenas e endógenas, pg. 167 a 176 e em 1999 publiquei um opúsculo Patrimônio e as influências ambientais, Megas, Horizontina-RS, onde escrevi sobre esta matéria e em 2003 foi publicado um livro Patrimônio e as influências ambientais, Megas, Três de Maio-RS (de minha autoria) onde aumentei a reflexão sobre as forças externas que criam os fenômenos patrimoniais. Atualmente os cientistas contábeis pesquisam e estudam sobre essa matéria, pois, essas forças podem levar a empresa à prosperidade, a estagnação e até a falência. Necessário se faz é aumentar o conhecimento sobre os fenômenos contábeis como criar novas teorias e, assim, fazer evoluir o conhecimento científico da contabilidade.

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