Morre Lopes de Sá, crítico da convergência contábil
Valor Econômico
Nelson Niero, de São Paulo
O professor Antônio Lopes de Sá, umas das figuras mais reconhecidas e polêmicas da contabilidade, morreu na noite de segunda-feira, em Belo Horizonte.
Autor de mais de 150 livros, Lopes de Sá era um ferrenho crítico da adoção das chamadas normas internacionais de contabilidade (IFRS, na sigla em inglês). Recentemente, ele escreveu "Normas internacionais e fraudes em contabilidade" (Juruá Editora), considerado o primeiro livro contrário à convergência contábil global publicado no Brasil.
"As denominadas 'Normas Internacionais de Contabilidade' carecem de metodologia científica, situando a matéria no campo do casuísmo", afirma em um de seus escritos divulgados em seu site ( www.lopesdesa.com.br ).
Segundo Lopes de Sá, "a dura crise que assola muitos países foi respaldada por balanços falsos, amparados por 'normas' que foram incompetentes para proteger os interesses sociais e econômicos de populações inteiras". No texto em que opina sobre a necessidade ou não de pequenas e médias empresas seguirem a nova ordem, dispara: "Informar enganosamente é ato que além de ferir a ética é passível de enquadramento penal."
Para o professor, não existe "obrigatoriedade legal de implantação do novo padrão nas sociedades anônimas que não estejam com ações no mercado de capitais e que não possuam grande dimensão". A lei prevê uma receita mínima anual de R$ 300 milhões.
A adoção do padrão global no Brasil se dá, segundo ele, sob "forte pressão de interesses diversos de grupos".
Procurados pelo Valor, alguns expoentes da contabilidade envolvidos no processo de convergência preferiram não se manifestar sobre a morte de Lopes de Sá.
Contador, administrador, economista e doutor em Letras, Lopes de Sá foi indicado para o prêmio Nobel da Paz. Recebeu em 1988 "a maior honraria da classe", segundo nota divulgada ontem pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a medalha mérito contábil João Lyra. Foi pioneiro no Brasil da literatura sobre auditoria, normas contábeis, leasing, teoria geral do conhecimento contábil e filosofia da contabilidade.
Juarez Domingues Carneiro, presidente do CFC, afirma que o setor perde uma suas principais referências. "A contabilidade é debitada de um dos seus mais fecundos cientistas. Os fóruns contábeis nacionais e de boa parte do mundo perdem o brilho de um tão aplaudido, quanto querido, mestre."
Valor Econômico
Nelson Niero, de São Paulo
O professor Antônio Lopes de Sá, umas das figuras mais reconhecidas e polêmicas da contabilidade, morreu na noite de segunda-feira, em Belo Horizonte.
Autor de mais de 150 livros, Lopes de Sá era um ferrenho crítico da adoção das chamadas normas internacionais de contabilidade (IFRS, na sigla em inglês). Recentemente, ele escreveu "Normas internacionais e fraudes em contabilidade" (Juruá Editora), considerado o primeiro livro contrário à convergência contábil global publicado no Brasil.
"As denominadas 'Normas Internacionais de Contabilidade' carecem de metodologia científica, situando a matéria no campo do casuísmo", afirma em um de seus escritos divulgados em seu site ( www.lopesdesa.com.br ).
Segundo Lopes de Sá, "a dura crise que assola muitos países foi respaldada por balanços falsos, amparados por 'normas' que foram incompetentes para proteger os interesses sociais e econômicos de populações inteiras". No texto em que opina sobre a necessidade ou não de pequenas e médias empresas seguirem a nova ordem, dispara: "Informar enganosamente é ato que além de ferir a ética é passível de enquadramento penal."
Para o professor, não existe "obrigatoriedade legal de implantação do novo padrão nas sociedades anônimas que não estejam com ações no mercado de capitais e que não possuam grande dimensão". A lei prevê uma receita mínima anual de R$ 300 milhões.
A adoção do padrão global no Brasil se dá, segundo ele, sob "forte pressão de interesses diversos de grupos".
Procurados pelo Valor, alguns expoentes da contabilidade envolvidos no processo de convergência preferiram não se manifestar sobre a morte de Lopes de Sá.
Contador, administrador, economista e doutor em Letras, Lopes de Sá foi indicado para o prêmio Nobel da Paz. Recebeu em 1988 "a maior honraria da classe", segundo nota divulgada ontem pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a medalha mérito contábil João Lyra. Foi pioneiro no Brasil da literatura sobre auditoria, normas contábeis, leasing, teoria geral do conhecimento contábil e filosofia da contabilidade.
Juarez Domingues Carneiro, presidente do CFC, afirma que o setor perde uma suas principais referências. "A contabilidade é debitada de um dos seus mais fecundos cientistas. Os fóruns contábeis nacionais e de boa parte do mundo perdem o brilho de um tão aplaudido, quanto querido, mestre."
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