Prof. Rodrigo Antonio Chaves da Silva1
As empresas, basicamente, possuem duas atividades: a de produção, que seria o ato de fabricar algum produto, comum nas indústrias; e a comercialização, que nada mais é que vender mercadorias ou serviços, de acordo com a demanda e a margem regular de renda.
Tanto as empresas indústrias, quanto as comerciais, e as de serviços, ou produzem, ou comercializam, ou fazem ambas atividades com vistas a valores, crescimento, fortuna, e prosperidade (que gera empregos, tributos, benefício social, etc.).
O retorno, ou o proveito na ciência contábil é nada mais que as receitas, provindas do verbo italiano "ricavare" que gerou a palavra "ricavo" sinônimo no português desse fenômeno, o que na terminologia representa nada mais que as "recuperações" do capital.
As receitas são os fenômenos patrimoniais que trarão proveitos à empresa, lucros desejados, e satisfação social, pela recuperação dos gastos, isto, quando calculadas adequadamente.
No entanto, as receitas sem equilíbrio e com a movimentação do mercado transmitem dois viesses: ou são colocadas em exagero na sua margem, o que fará perder clientes com preços altos; ou fará com que não se consigam os resultados almejados, considerando que o preço foi sub-calculado em torno da perspectiva de ganho. Tudo isso afeta o ritmo da rendibilidade dos empreendimentos. Mas, para um bom rendimento, e evitar os desequilíbrios, é necessário marcar uma receita de forma adequada, dentro do critério de cálculo, e sua formação.
A marcação das receitas, ou a cifra específica da mesma, é chamada de preço, que funciona dentro de um mercado que o aceita, ou não, dependendo do seu valor.
Como o mercado está em constante mutação geralmente difícil é dizer que os preços são equilibrados, pois, ou se está acima ou abaixo, do ideal, da dinâmica econômica, o que revela necessidade de observar as marcações de recuperações constantemente, ou ainda, fazer estratégias internas com freqüência em relação aos preços.
A formação dos preços é atividade de gestão famosa aos domínios da contabilidade, cujo método mais eficaz é o de Mark-up (elevação do mercado, ou da mercadoria, preço da mercadoria, marcação) americano.
Tanto é a importância da teoria dos preços nas empresas, e na contabilidade, que os clássicos de nossa ciência, Gino Zappa – na sua obra "O rédito da empresa" – o considerava como igual à receita, e Alberto Ceccherelli – em sua obra "A linguagem dos balanços" – deduzia-o como elemento solucionador do problema técnico da empresa.
Na marcação de preços temos duas básicas formações: a de preço real, e a tradicional. O primeiro faz formar o valor a se ganhar, dentro da realidade de um mercado. O último permite apenas uma "agregação". E é conseguido pela fórmula:
Método tradicional
Valor do custo x (1 + % de marcação)
Supondo um valor de custo de $20,00 seja a base para se formar um preço com cerca de um lucro de 15%, uma tributação (pode ser o IVA e outros mais) de 25%, um desconto aos clientes de 5%, uma comissão de 2%, e um custo eventual de 3% a se compor a receita unitária, temos o seguinte cálculo tradicional( usado por costume no comércio):
Método tradicional
Valor do custo x (1 + % de marcação)
A soma da marcação daria 50: 15(do lucro) + 25(dos tributos) + 5(descontos) + 2(comissão) + 3(custo eventual) = 50
20,00 x 1,50 = 30,00 é o preço
Imaginemos o preço como um bolo formado de vários ingredientes, os quais para suprir um corpo têm que ser determinado com cada quantia, a ser consumida no mesmo até chegar ao resultado final que é nutrir o organismo. O preço é como se fosse um conjunto em formação para nutrir a empresa.
Diferentemente é o método real, ou mark-up americano, neste usamos a seguinte fórmula:
Método real de cálculo do preço (mark-up)
Valor do custo
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1 – (% de marcação / 100)
Assim no mesmo exemplo:
$ 20,00 $ 20,00 = $ 40,00 é o preço.
1 – 50 / 100 0,50
Se o preço fosse lançado no mercado que o formou com a serie de elementos (tributação, descontos, etc), a empresa não perderia nada, e isso é evidente.
A empresa teria deduzida do seu preço o valor do lucro, tributação, descontos, comissões, custos eventuais, e o valor final do seu custo, conseguiria pagar o que necessitaria, teria o seu proveito, e não perderia nada.
Este é um método voltado a um valor justo ou a um preço justo como os autores do marketing grandemente comentam. Na formação adequada pelo método americano podemos averiguar que nos preços, nada se perde, e a sua marcação fica justa de acordo com os parâmetros comerciais. Dessa forma o preço adequadamente calculado tende a conseguir o proveito sem perda alguma.
Na formação dos preços em comércios importante é a observação desse método revolucionador, que existe há mais de 80 anos em oposição ao tradicional, que impregnado está nas várias culturas da empresas familiares e pequenas ainda hoje (que chegam a colocar tradicionalmente até 300% em mercadorias, deixando-as com um valor que, se colocado dentro do parâmetro exato sairia por muito menos, daria o ganho, e aumentaria a demanda e os pedidos que favorecem o giro da empresa).
A gestão dos comércios e empresas gerais, para conseguirem um adequado proveito, devem inicialmente saber quais são os elementos que fazem compor um preço nos seus adequados percentuais, por isso, devem observar o que o mercado exige em relação a esta marcação, para atestar o seu equilíbrio; a qualidade dos produtos, mercadorias, e serviços, devem ser perfeito reflexo da marcação quantitativa dos preços, pois, de nada adianta calcular a negociação de um bem de venda se a marcação não condiz com os atributos imateriais que deverão refletir o produto.
Portanto, temos um capitulo importante de estudo dos comércios, que é a formação dos preços que não se esgota aqui, mas carece de outros aprofundamentos, pois garante não só as consultorias empresariais, mas a prosperidade das empresas (comércios) e entidades, nas suas peculiares atividades.
1 – Currículo do autor : Ganhador do prêmio internacional de contabilidade financeira Luiz Chaves da Almeida 2008/2009.;Membro da escola do neopatrimonialismo, rachavesilva@yahoo.com.br
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